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domingo, 29 de janeiro de 2012

Crônica da Semana

Por William Shinoda


Moacyr
Jaime Scliar nasceu em 23 de março de 1937, em Porto Alegre.casou-se com com Judith, com quem teve um filho, Roberto. Seus pais, José e Sara Scliar, vind da Bessarábia (Rússia), chegaram ao Brasil em 1904. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, era especialista em Saúde Pública e Doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública, tendo exercido a profissão junto ao Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência.

Seu primeiro livro, publicado em 1962, foi "Histórias de médico em formação", contos baseados em sua experiência como estudante. Em 1968, publicou "O carnaval dos animais", de contos, que considerava de fato sua primeira obra.

Publicou mais de 70 livros de diversos gêneros literários e teve textos adaptados para cinema, televisão, rádio e teatro, inclusive no exterior. Era colaborador dos jornais Zero Hora e Folha de S. Paulo. Desde 2003, era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Scliar ganhou três vezes o Prêmio Jabuti – a mais recente, em 2009, com o romance “Manual da paixão solitária”.

O Escritor Scliar faleceu no dia 27 de fevereiro de 2011,na madrugada, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) que provocou uma falência múltipla de seus órgãos.

Aqui segue-se uma das minhas crônicas favoritas do Moacyr Scliar. O interessante é que a maioria das crônicas do escritor são baseadas em fatos cotidianos próximos de nossa realidade. Mesmo assim, seus textos apresentam um tom fantasioso que enriquecem suas obras e lhes deixam mais divertidas e de fácil leitura.

De Volta ao Primeiro Beijo


"O primeiro beijo é uma coisa muito falada. Sem dúvida é uma experiência muito marcante, inesquecível. O primeiro beijo é uma maturação, uma descoberta. Ao mesmo tempo, para alguns, ele pode ser um monstro assustador", diz o cineasta Esmir Filho, diretor de "Saliva". O filme conta como Marina, uma garota de 12 anos, é pressionada a dar o seu primeiro beijo no experiente Gustavo.

Folhateen

Tinha acabado de ler a matéria sobre o primeiro beijo, no pequeno apartamento em que morava desde que ficara viúvo, anos antes, quando (coincidência impressionante, concluiria depois) o telefone tocou. Era uma mulher, de voz fraca e rouca, que ele de início não identificou: - Aqui fala a Marília -disse a voz. Deus, a Marília! A sua primeira namorada, a garota que ele beijara (o primeiro beijo de sua vida) décadas antes! De imediato recordou a garota simpática, sorridente, com quem passeava de mãos dadas. Nunca mais a vira, ainda que freqüentemente a recordasse -e agora, ela lhe ligava. Como que adivinhando o pensamento dele, ela explicou: - Estou no hospital, Sérgio. Com uma doença grave... E queria ver você. Pode ser? - Claro -apressou-se ele a dizer- eu vou aí agora mesmo. Anotou rapidamente o endereço, vestiu o casaco, saiu, tomou um táxi. No caminho foi evocando aquele namoro, que infelizmente não durara muito tempo -o pai dela, militar, havia sido transferido para o Norte, com o que perdido o contato -mas que o marcara profundamente. Nunca a esquecera, ainda que depois tivesse beijado várias outras moças, uma das quais se tornara a sua companheira de toda a vida, mãe de seus três filhos, avó de seus cinco netos. E não a esquecera por causa daquele primeiro beijo, tão desajeitado quanto ardente.
Chegando ao hospital foi direto ao quarto. Bateu; uma moça abriu-lhe a porta, e era igual à Marília: sua filha. Ele entrou e ali estava ela, sua primeira namorada. Quase não a reconheceu. Envelhecida, devastada pela doença, ela mal lembrava a garota sorridente que ele conhecera. Consternado, aproximou-se, sentou-se junto ao leito. A filha disse que os deixaria a sós: precisava falar com o médico.
Olharam-se, Sérgio e Marília, ele com lágrimas correndo pelo rosto. - Você sabe por que chamei você aqui? -perguntou ela, com esforço. - Porque nunca esqueci você, Sérgio. E nunca esqueci o nosso primeiro beijo, lembra? Na porta da minha casa, depois do cinema... - Claro que lembro, Marília. Eu também nunca esqueci você... - Pois eu queria, Sérgio... Eu queria muito... Que você me beijasse de novo. Você sabe, os médicos não me deram muito tempo... E eu queria levar comigo esta recordação...
Ele levantou-se, aproximou-se dela, beijou os lábios fanados. E aí, como por milagre, o tempo voltou atrás e de repente eles eram os jovenzinhos de décadas antes, beijando-se à porta da casa dela. Mas a emoção era demais para ele: pediu desculpas, tinha de ir. A filha, parada à porta do quarto, agradeceu-lhe: você fez um grande bem à minha mãe. E acrescentou, esperançosa: - Acho que ela agora vai melhorar. Não melhorou. Na semana seguinte, Sérgio viu no jornal o convite para o enterro. Mas, ao contrário do que poderia esperar, apenas sorriu. Tinha descoberto que o primeiro beijo dura para sempre. Ou pelo menos assim queria acreditar.

Autor da Crônica: Moacyr Scliar

sábado, 7 de janeiro de 2012

Os Desafios no Combate a Corrupção


Por William Shinoda


A difuculdade de combater a Corrupção
na atualidade pode ser definida como sendo a resistência, oferecida pelos criminosos ou pelo sistema político-econômico do país, em punir todos aqueles que utilizam seus poderes e influências para obter uma vantagem ilícita.
A impunidade é uma das principais causas do obstáculo encontrado na luta contra este crime. É justamente a falta ou deficiência da punição que estimula os criminosos a continuarem com a prática dos delitos.
O Poder econômico também influencia os infratores na contínua prática da violação da moral vigente, uma vez que a a maioria deles possui um elevado poder aquisitivo que lhes proporcionam uma melhor "defesa" contra as possíveis denúncias, queixas e ações judiciais.
Outra causa, e não menos importante, é a fragilidade da legislação brasileira, pois ela não possui claras leis que caracterizam este crime e evidenciam sua punições aos culpados, assim, os corruptos utilizam "esta fraqueza" da legislação vigente para promoverem seus argumentos de defes e saírem impunes.

Uma das melhores formas de se combater a corrupção é punir severamente aqueles que erraram através de investigações rápidas e aprofundadas das supostas ocorrências e, caso estas seja confirmadas, imposição de penas mais auteras e inflexíveis.
Neste 2012, esperamos que o país se desenvolva também neste importante setor: o judiciário, através de investigações e punições que possam marcar este ano como um período mais justo e igualitário para todos, superando o plano dos sonhos e da propaganda.
Vale frisar que um maior controle sobre as ações e dinheiros públicos é essencial para a política de transparência necessária à luta contra esta falácia que mancha os papéis da Constituição Brasileira.




domingo, 1 de janeiro de 2012

Certezas


Não quero alguém que morra de amor por mim…
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível..
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…
e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons
sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente
importa, que é meu sentimento… e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca
cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter
forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder
dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…
e que valeu a pena.



Mário Quintana


Que 2012 seja melhor que 2011. Um ótimo ano.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Violência e Consciência

Por William Shinoda

O Vazio existencial é um problema contemporâneo e social de difícil diagnóstico e tratamento, que pode afetar diversas pessoas independente de cor, sexo, idade ou classe social.
Vivemos no século XXI, era de grandes avanços em diversas áreas, com isso passamos a ter uma rotina bem diferente das rotinas de séculos anteriores. Essa vida agitada e dinâmica que levamos tem afetado diretamente as nossas relações afetivas, tornando-nos mais materialistas, mais preocupados com os aspectos exteriores e dotados de um vazio existencial.
Essas características já existiam em sociedades anteriores, mas na nossa, elas se intensificaram criando uma sociedade mais desumana, competitiva e acirrada. Não é raro hoje em dia, nos depararmos com a falta de amor ao próximo, o preconceito, a desigualdade e a injustiça. Todas elas são formas de violência ocasionadas, na maioria das vezes, pelo vazio existencial.
Qualquer um pode ser uma "vítima" desse problema psicológico e levar uma vida normal, sem que ninguém o perceba. Cabe a esta pessoa reconhecer seu estado e tratar-se. Caso contrário, as violências que este individuo venha a cometer, reforçadas por uma impunidade, voltarão a acontecer, seja uma injustiça, uma ofensa, uma agressão física/moral ou homicídio, enfim.
Se as pessoas dotadas desse problema tivessem consciência disso através de informação à respeito do assunto, muitos dos casos de homicídio, suicidío, violência contra a mulher, idoso ou criança, bullying e preconceito reduziriam.Ou seja, o tratamento já começa com uma reflexão e uma boa conversa com alguém confiavél.
É comum em nossa sociedade, pessoas que sitam muito sozinhas, injustiçadas, sem valores nem respeito. Isso é um vazio existencial presente em alguns, mas quase ninguém o percebe. Senão diagnósticado e tratado, esse problema pode refletir nas ações dessas pessoas. É daí que surgem os diversos tipos de violência, que são cada vez mais praticadas.
É preciso uma nova metodologia de ensino nas escolas, para que esse e outros assuntos possam ser transmitidos aos jovens desde cedo, afim de conscientizar toda uma nova geração. Pois todos os malefícios do vazio existencial não serão totalmente erradicados, mas podem ser bastante reduzidos, através de uma poderosa ferramenta humana chamada Educação.

domingo, 18 de dezembro de 2011

uma bela reflexãode final de ano.


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Luís de Camões

Dez maneira de amar a nós mesmo.

1 - Disciplinar os próprios impulsos.

2 - Trabalhar, cada dia, produzindo o melhor que pudermos.

3 - Atender aos bons conselhos que traçamos para os outros.

4 - Aceitar sem revolta a crítica e a reprovação.

5 - Esquecer as faltas alheias sem desculpar as nossas.

6 - Evitar as conversações inúteis.

7 - Receber o sofrimento o processo de nossa educação.

8 - Calar diante da ofensa, retribuindo o mal com o bem.

9 - Ajudar a todos, sem exigir qualquer pagamento de gratidão.

10 - Repetir as lições edificantes, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, perseverando no aperfeiçoamento de nós mesmos sem desanimar e colocando-nos a serviço do Divino Mestre, hoje e sempre.

André Luiz e Chico Xavier: Paz e Renovação.

Textro extraido do blog de Ivan Cézar, grande blogueiro e palestrante espírita. Segue abaixo o link do blog para os interessados:

http://www.espacoholistico.blogspot.com/



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Juana Inés de la Cruz


San Miguel Nepantla, Estado do México, 1648 - 1695.
Ao recopilar-se em Madri, em 1689, sua Inundación Castálida,
foi consagrada como poetisa extraordinária.
- Mexicana, pai espanhol e mãe crioula, foi autodidata e aos 14 anos era já conhecida por seu saber e sua poesia.
Ingressou na Ordem Carmelita e depois na Ordem Jerônima. Defendeu como poucos os direitos da mulher.
Morreu de peste, contraída enquanto cuidava de suas irmãs religiosas.


Abaixo segue um dos seus famosos poema:

EM QUE SATISFAZ UM RECEIO
COM A RETÓRICA DO PRANTO

Esta tarde, meu bem, pois te falava
e no teu rosto e nos teus atos via
que com palavras não te persuadia,
que o coração me visses desejava;

e Amor, que meus intentos ajudava,
venceu o que impossível parecia:
pois entre o pranto meu, que a dor vertia,
o coração desfeito destilava.

Baste já de rigores, meu bem, baste;
não te atormentem mais zelos malsãos,
nem vil receio a calma te contraste

com sombras néscias, com indícios vãos,
que já em líquido humor viste e tocaste
meu coração desfeito em tuas mãos.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Audioteca Sal e Luz

São áudios de 2.700 livros que podem ser enviados a pessoas com deficiência visual

Divulgue,por favor!
Eles não precisam de dinheiro, mas de DIVULGAÇÃO!!!


Procure o site
http://www.audioteca.org.br/catalogo.htm
e veja os nomes dos livros falados disponiveis.

Caros amigos,
Venho por meio deste e-mail divulgar o trabalho maravilhoso que é realizado na Audioteca Sal e Luz e corre o risco de acabar.
AAudioteca Sal e Luz é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos,que produz e empresta livros falados (audiolivros).

Mas o que seriaisto?
São livros que alcançam cegos e deficientes visuais, (inclusive os com dificuldade de visão pela idade avançada) de forma totalmente gratuita.

Seu acervo conta com mais de 2.700 títulos que vão desde literatura em geral, passando por textos religiosos até textos e provas
corrigidas voltadas para concursos públicos em geral. São emprestados sob a forma de fita K7, CD ou MP3.

E agora, você está se perguntando: O que eu tenho a ver comisso?
É simples. Nos ajude divulgando. Se você conhece algum cego ou deficiente visual, fale do nosso trabalho.

Para ter acesso aonosso acervo, basta se associar na nossa sede, que fica situada à RuaPrimeiro de Março, 125- Centro. RJ.
Não precisa ser morador do Rio deJaneiro.

A outra opção, foi uma alternativa que se criou face adificuldade de locomoção dos deficientes na nossa cidade. Eles podem
solicitar o livro pelo telefone, escolhendo o título pelo site, e enviaremos gratuitamente pelos Correios.

A nossa maior preocupação reside no fato que, apesar do governo estar ajudando imensamente, é preciso apresentar resultados. Precisamos atingir um número significativo de associados, que realmente contemplem o trabalho, se não ele irá se extinguir e os deficientes não poderão desfrutar da magia da leitura. Só quem tem o prazer na leitura, sabe dizer que é impossível imaginar o mundo sem os livros...

Ajudem-nos, Divulguem!
Atenciosamente,

Christiane Blume - Audioteca Sal e Luz
Rua Primeiro de Março, 125- 7. Andar
Centro- RJ. CEP 20010-000
Fone: (21) 2233-8007 (21) 2233-8007

Horário de atendimento: 08 às 16 horas
http://audioteca.org.br/noticias.htm