terça-feira, 25 de outubro de 2011
Você sabe o que significa a "Tonga da Mironga do Cabuletê"?
Lembra da música do Vinicios de Moraes?
então leia abaixo, entenda e veja que interessante!
A "Tonga da Mironga do Cabuletê "...
Realmente eu não fazia a menor ideia do significado.
Por acaso descobri essa pérola...
Ano de 1970.
Vinícius e Toquinho voltam da Itália onde haviam acabado
de inaugurar a parceria com o disco "A Arca de Noé",
fruto de um velho livro que o poetinha fizera para seu filho
Pedro, quando este ainda era menino.
Encontram o Brasil em pleno "milagre econômico", que
milagre... a censura estava em alta, DOPS, ato 5, torturas...
a Bossa Nova em baixa.
Opositores ao regime pagando com a liberdade e com a
vida o preço de seus ideais.
O poeta Vinicios é visto como comunista pela cegueira
militar e ultrapassado pela intelectualidade militante, que
pejorativa e injustamente classifica sua música de easy music.
No teatro Castro Alves, em Salvador, é apresentada ao Brasil a
nova parceria. Vinícius está casado com a atriz baiana Gesse
Gessy, uma das maiores paixões de sua vida que o aproximaria
do candomblé, apresentando-o à Mãe Menininha do Gantois.
Sentindo a angústia do companheiro, Gesse o diverte, ensinando-lhe
xingamentos em Nagô, entre eles "Tonga da Mironga do Cabuletê",
que significa "o pêlo do cu da mãe".
O mote anal e seu sentimento em relação aos homens de verde
oliva inspiram o poeta.
Com Toquinho, Vinícius compõe a canção para apresentá-la no
Teatro Castro Alves. Era a oportunidade de xingar os militares sem
que eles compreendessem a ofensa. E o poeta ainda se divertia
com tudo isso: "Te garanto que na Escola Superior de Guerra não
tem um milico que saiba falar nagô".
Fonte: Vinicius de Moraes: o Poeta da Paixão; uma Biografia.
São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
Tonga da Mironga do Cabuletê (Toquinho e Vinicius de Moraes)
Eu caio de bossa eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa xingando em nagô
Você que ouve e não fala
Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala
Você vai ter que aprender
A tonga da mironga do cabuletê
A tonga da mironga do cabuletê
A tonga da mironga do cabuletê
Você que lê e não sabe
Você que reza e não crê
Você que entra e não cabe
Você vai ter que viver
Na tonga da mironga do cabuletê
Na tonga da mironga do cabuletê
Na tonga da mironga do cabuletê
Você que fuma e não traga
E que não paga pra ver
Vou lhe rogar uma praga
Eu vou é mandar você
Pra tonga da mironga do cabuletê
Pra tonga da mironga do cabuletê
Pra tonga da mironga do cabuletê
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