RAMON MORAYS
Há mãos que sustentam e mãos que abalam;
Mãos que limitam e mãos que ampliam;
Mãos que denunciam e mãos que escondem os denunciados;
Mãos que se abrem e mãos que se fecham.
Há mãos que afagam e mãos que se rasgam;
Mãos que ferem e mãos que cuidam as feridas;
Mãos que destroem e mãos que edificam;
Mãos que batem e mãos que recebem as pancadas por outros.
Há mãos que apontam e guiam e mãos que desviam;
Mãos que são temidas e mãos que são desejadas e queridas.
Mãos que dão com arrogância e mãos que se escondem ao dar;
Mãos que escandalizam e mãos que apagam os escândalos;
Mãos puras e mãos que carregam censuras.
Há mãos que escrevem para promover e mãos que escrevem para ferir;
Mãos que pesam e mãos que aliviam;
Mãos que operam e que curam e mãos que amarguram.
Há mãos que apertam por amizade e mãos que se empurram por ódio;
Mãos furtivas que traficam destruição e mãos amigas que desviam da ruína;
Mãos finas que provocam dor e mãos rudes que espelham amor.
Há mãos que se levantam pela verdade e mãos que encarnam a falsidade.
Mãos de Caim que matam;
Mãos de Jacó que enganam;
Mãos de Judas que entregam;
Mas há também as mãos como as de Simão Cirineu que auxilia a outras mãos carregar a cruz; mãos como as de Verônica que enxugam o rosto de Jesus e as lágrimas do irmão.
ONDE ESTÁ A DIFERENÇA DAS MÃOS? Ela não está nas mãos, mas no coração. É a mente transformada que dirige a mão santificada, dedicada, para servir, amar e construir. É a mente agradecida que transforma as mãos em instrumento de graça. Mãos que levantam para abençoar. Mãos que baixam para levantar o caído. E mãos que estendem para amparar o cansado. Transformemos nossas mãos como as mãos de Deus que criam , que guiam, que salvam, que nunca faltam. Há mãos e... Mãos! As tuas quais são? De quem são? Para quem são?
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