Quando falamos de Brasil, a doença representa cerca de dois por cento do total das neoplasias do homem e é cerca de cinco vezes mais comum nas regiões Norte e Nordeste, em relação às regiões Sul e Sudeste. Nestas regiões de maior prevalência, os tumores de pênis chegam a superar, em número, as neoplasias da próstata e bexiga. Em um estudo realizado no estado do Pará, na sua capital, Belém, efetuou-se a análise de 346 pacientes tratados no serviço de urologia do Hospital Ofir Loiola (HOL). Este é o único hospital que trata de câncer no estado e a pesquisa foi realizada entre janeiro de 1990 e setembro de 1999, usando dados do Arquivo Médico e Estatístico (SAME) do HOL.
Observou-se que a faixa etária mais acometida por esta afecção, com cerca de 65 por cento do total de pacientes, foi entre os 40 e 69 anos de idade. A maioria dos pacientes, cerca de 63 por cento, vinha de regiões interioranas e apenas 24 por cento era da zona metropolitana. Em mais de 80 por cento dos casos, os pacientes demoraram mais de sete meses para realizar o diagnóstico, após terem percebido a primeira lesão. Concluiu-se que a falta de circuncisão e hábitos de higiene precários foram as principais condições associadas, estando presentes em 70 por cento dos casos.
A taxa de morbidade - quantas pessoas atingidas pelo câncer morrem em função dele - é relativa ao estágio em que ele começa a ser tratado. "Quando identificado cedo, as chances de cura são grandes". O problema é quando o câncer atinge o sistema linfático e obriga, no tratamento, a se optar pela cirurgia, onde são extraídos os gânglios comprometidos. "Se ele não for tratado, pode levar à morte em cerca de dois anos".
Embora se saiba que existe uma predisposição genética para o desenvolvimento do câncer, é difícil pré-determinar quem a possui ou não. "Existe pouca pesquisa em torno disso, por causa da baixa incidência nos países onde os centros de pesquisa são mais avançados...”
Diagnóstico
Prevenção
Sendo as condições relacionadas ao câncer de pênis, em ordem de importância, os hábitos de higiene genital; o comportamento sexual de risco, causador do HPV; e a circuncisão, conclui-se que este é um tipo de câncer é fácil de prevenir, dependendo principalmente de investimentos em educação. No entanto, sua baixa prevalência não estimula campanhas nacionais de prevenção. Esta deveria ser uma medida localizada por regiões e focada nos hábitos de higiene e de comportamento sexual, atendendo a várias doenças e não apenas ao câncer de pênis.
Independente do homem ser ou não circuncisado, bons hábitos de higiene reduzirão muito a chance de que desenvolva uma neoplasia no pênis. "Aquela sujeirinha branca, chamada esmegma, que se forma em torno da glande, precisa ser removida diariamente, pois ela é irritativa tanto para o homem quanto para a sua parceira sexual".
Tratamento
O tratamento do câncer de pênis é decidido pelo médico em função do seu estágio. Pode-se optar por tratar com medicamentos aplicados no local (apenas para estágios muito iniciais) radioterapia, cirurgia, amputação parcial ou total do órgão. O recurso da quimioterapia é menos freqüente e depende da presença de metástases e outras variáveis. Como já dito, no caso do câncer ter atingido o sistema linfático, a cirurgia para extração dos gânglios afetados também se faz necessária.
Estes tratamentos não costumam afetar definitivamente a fertilidade, mas, nos casos de amputação, podem afetar a vida sexual do paciente, tornando-o impotente. Quanto mais cedo o paciente procurar tratamento, melhores são as suas chances de sobreviver ao câncer e menos agressivos serão os tratamentos pelos quais ele terá que passar. "O diagnóstico precoce é fundamental"!
Quer saber mais? Acesse:
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?62
http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3990&ReturnCatID=1794
Vinicius Amaral
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