Início

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Texto a um certo Professor...



POR RAMON MORAYS

Não posso chamar esse professor de educador, pois com certeza ele não tem nada de educado, como agredia a mim e a cultura de todos os baianos, querido o abordarei em mídia pública. Trata-se do professor da UFBA, que posteriormente falou do baixo QI dos baianos.'o baiano toca berimbau porque só tem uma corda. Se tivesse mais, não conseguiria'. Disse o Professor Antônio Natalino Manta Dantas ainda que berimbau é instrumento de quem tem 'problemas cognitivos'.






Um grande sem vergonha, por isso de ter indignado a Bahia e seus oriundos público aqui no meu blog, para que todos possam ver um texto do publicitá rio Nizan Guanaes:






SOU BAIANO






Quando eu conheci Jorge Amado em Paris, ele me levou para almoçar num bistrô perto do seu apartamento no Marais. Ao longo do caminho, fiquei pensando em algo bem inteligente para impressionar o grande escritor. Ao sentarmos à mesa ele disparou: 'Nizan, você já reparou como a bunda da mãe Cleusa é grande?'






A Bahia é assim. Desconcertante. Pense num absurdo, multiplique por dois: na Bahia já aconteceu.






Há em Salvador uma casa funerária que se chama Decorativa e uma companhia de táxi aéreo que se chama BATA (Bahia Táxi Aéreo). É dentro deste espírito esportivo que a Bahia surpreende desde 1500.






Caetano Veloso me disse rindo que os baianos e os judeus se julgam raças eleitas e (sic) que ambos têm razão. Se somos ou não raça eleita, há controvérsias. Mas que é uma raça privilegiada não há dúvida. Castro Alves, Rui Barbosa, Jorge Amado, Assis Valente, João Gilberto, Caetano, Gal, Gil, Betânia, Daniela Mercury, Glauber Rocha, Dorival e Nana Caymmi, Raul Seixas, Ivete Sangalo e agora Piti.






Não pode ser coincidência. E não é. É fruto da energia que o índio enterrou e que o português descobriu misturado com o axé que o negro trouxe. É essa energia que buscam os cansados, os estressados, os sem esperança, os de alma ou cadeira dura.






E a Bahia os escolhe com sua graça e sua benção. Dianne Vreeland diz na peça Full Gallop, grande sucesso na Broadway, que o azul mais bonito é o céu da Bahia. Tudo na Bahia tem luz, sobretudo as pessoas. Que em sua simplicidade, com sua fé, com suas peles negras e dentes alvos, dançam, cantam e iluminam um mundo rico, mas cada vez mais pobre.






Um desses endinheirados, mas pobre de espírito, certa vez resolveu pegar no meu pé, numa festa, e me perguntou: 'Se a Bahia é tão boa, porque você não mora lá?'. O Orixá me ajudou e eu respondi na lata: 'Porque lá não me destaco, todos são baianos.'






*Texto de Nizan Guanaes resposta ao Prof. da Ufba

0 comentários:

Postar um comentário