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sábado, 30 de outubro de 2010

Amanhã é eleição!

Amanhã acaba mais uma batalha, acaba uma batalha de uma guerra que dura séculos, desde que o homem tenta subir em cima de outro.

Amanhã acaba a eleição 2010 nessa eleição tem algo diferente, uma mulher com reais chances de ser eleita- Dilma Rousseff – Essa eleição foi muito dura para ela, foi chamada de golpista, matadora de criançinhas, atéia, sapatona e tantas outras coisas.

Mais o fato é que a Dilma entrará para história, mesmo não sendo eleita.

Amanhã milhões de brasileiro irão à urna, irão decidir o seu futuro. Eu irei por volta das 13:00 horas votar como um cidadão que não desprezará o esforço feito por muitos no passado na época da ditadura militar.

E o melhor de tudo eu contribuirei para a história, estarei nela mesma, elegendo e ajudando a eleger a primeira mulher presidente do Brasil!

E amanhã vamos dar a resposta na urna, acabar com essas farsas que a impressa golpista e os partidos miseráveis tentam colocar na cabeça do eleitor.

Eu voto na Dilma.

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O Piano de Dilma Rousseff

Rita Santana


Os textos que circulam na internet contra Dilma são preconceituosos e colaboram apenas para a formação de uma sociedade machista e excludente. É tão preconceituoso quanto o discurso de Serra. A imagem da mulher ainda está associada a uma pessoa que tem necessariamente que ser doce, pudica e pacata. Nós, mulheres, somos sempre assim? Vocês se encaixam nos padrões de feminilidade divulgados pela mídia? Todas vocês são Cléo Pires, Luana Piovani ou Larissa Riquelme, a musa da Copa? Acho improvável! Eu estou bem longe desse padrão. Durante o primeiro debate do segundo turno, Serra continuou agredindo com ironias e sarcasmos a candidata e ela reagiu a isso, não como uma musa indefesa, mas como uma mulher com a sua história e o seu currículo poderia, e deveria, reagir: com garra, força, determinação e com fatos, dados, que nós mulheres sabemos empregar muito bem quando nos sentimos ameaçadas e insultadas. Infelizmente, os homens e muitas mulheres - o que é ainda mais triste - não suportam encontrar, no gênero feminino, pessoas combativas, como se todas tivessem que ser cândidas e suaves sempre. Um colega, que vota nela inclusive, perguntou se ela estava de TPM no debate! Recurso, aliás, bastante utilizado pelos homens para desqualificarem nossos discursos, reações, protestos, nossas palavras ríspidas e nossas insatisfações. Como se mulheres fossem destituídas de rispidez, fala, protesto e indignação. Não somos! Temos fala, senhores e senhoras!

Existem mulheres guerreiras desde sempre no Brasil, podemos citar Maria Quitéria, que até hoje é honrada pelo exército brasileiro pelo seu heroísmo durante a guerra pela Independência da Bahia e do Brasil, e que só foi ao campo de batalha porque se vestiu de homem e fugiu de casa. Após ser reconhecida pelos seus méritos de soldado, teve que pedir ao Imperador que intercedesse junto ao seu pai para que ele a aceitasse de volta. Nunca foi fácil ser uma mulher de luta, de combate. Não acredito que a moça tivesse gestos delicados e jeitinho de fragilidade que nos foram impostos por uma sociedade absolutamente machista; nem que fosse o tipo que se conformasse em ficar fazendo fofoca e bordados enquanto o destino do País estava sendo decidido. Dilma também teve que assumir uma postura durante a ditadura militar, e o fez quando foi absolutamente necessário e isso é motivo de orgulho para todas nós. Era preciso, como agora, interferir, lutar e utilizar armas que colaborassem para o crescimento e a liberdade do Brasil, não para o seu retrocesso histórico. A minha única arma é a minha escrita e meu voto.

Um dos textos que circulam pela rede parece defender que a mulher deve ter um único marido, nunca se separar, nunca se aventurar em outros amores, nunca lutar por ideais políticos. E todo esse discurso, após tantos anos de conquistas, tantas lutas, tantas mulheres que morreram tentando provar o contrário?! Provar que somos capazes e que temos que quebrar as algemas sociais para sermos felizes, lutando pelos nossos ideais. Afinal, a felicidade não é uma receitinha pronta para simplesmente ser seguida, sem questionamento. A felicidade, às vezes, leitoras de Clarice Lispector, é Clandestina! A felicidade às vezes tem que ser guerrilheira, combativa, inusitada, variada, diversificada, inesperada, múltipla, herética e errática!

O texto, que me moveu a escrever, é muito antiquado e feito para destruir a imagem da candidata Dilma. Entretanto, o que ele destrói é a imagem de Serra e dos seus comparsas que reproduzem o pensamento de que cabe à mulher um papel silencioso e submisso diante da história do País e da sua própria história. O período de ditadura, que vivemos no passado, não foi fácil e muitos ficaram aqui para lutar contra a opressão, de forma armada sim, porque era a única forma de combater aquele regime, ele sim, assassino. Corpos de guerrilheiros, artistas, jovens, escritores, pais e mães de família, militantes, ainda hoje são procurados por seus familiares. Viúvas ainda sonham em enterrar os seus mortos.

Mulheres como Luíza Mahim, que participou da revolta dos Malês, aqui na Bahia, cujo filho Luís Gama, abolicionista, foi vendido ainda pequeno como escravo pelo próprio pai, certamente não são o tipo de mulher que a sociedade e algumas mulheres aceitem facilmente. Mas foram elas que fizeram a história. Foram mulheres que enfrentaram os olhares de repúdio e desprezo, os ataques e as calúnias, que construíram o País. Maria Filipa, negra, na ilha de Itaparica lutando capoeira e pensando de forma estratégica, conseguiu incendiar embarcações portuguesas e, assim, ajudar na nossa libertação. Mulheres assim são insubordinadas, não se acomodam com a classe ou a casa confortável dos seus pais ou maridos, ignorando o resto da população miserável e oprimida. Mulheres assim participam de movimentos sociais, lutam, amam, separam, brigam, estudam, divorciam, amancebam, assumem postos de poder, escrevem, e atuam para a transformação social. Algumas delas assumem a Presidência da República e não podem ser jogadas na fogueira do preconceito por causa disso! Estão ateando fogo e jogando pedra em Dilma, cujo pecado é disputar a Presidência da República. A Inquisição já acabou! Quem são os inquisidores de hoje e que armas eles utilizam? A internet?

Se não fosse a ousadia de uma Chiquinha Gonzaga, mulata, bastarda, não teríamos a nossa primeira maestrina capaz de compor músicas tão lindas, afinal, a sociedade do século XIX não aceitava mulher tocando o piano (vejam como o piano é velho e simbólico dentro da educação de mulheres no País), senão, dentro de casa e para o seu marido e os seus convidados. Ou seja, o piano era restrito ao espaço privado. O piano de Chiquinha queria mais! O piano de Chiquinha gritava para sair de dentro de casa e tomar as ruas, os bares, os boêmios, os negros excluídos da época. Porque a música que a interessava estava entre eles, produzida por negros. Isso era inaceitável para aquela sociedade. Mas a música de Chiquinha exigia mais! E ela enfrentou e combateu a todos para seguir o seu talento, o seu desejo!

Dilma também não aceitou administrar, apenas, a economia doméstica, como tantas de nós fazemos, e somos, até, elogiadas pelos homens por isso. Dilma regeu a administração do País inteiro ao lado do Presidente Lula, que preteriu a muitos nomes tradicionais do Partido, contrariou a muitos, inclusive a mim, no princípio, ao eleger como sua candidata, a sua preferida, Dilma. Certamente não o fez pelos seus encantos pessoais, nem pela sua beleza. Foi a sua competência que desviou o Presidente dos nomes esperados e sinalizados pelo Partido. Não deve ter sido fácil fazer essa opção, mas ele o fez com coragem e enfrentamento.

Voltando a Chiquinha, era necessário ir pros botecos, tocar com os negros e abandonar os seus filhos, pois não poderia criá-los sem a estabilidade do lar e do marido, sem a aprovação social da época. Assim é Dilma! Ela não poderia ser tão competente, aos olhos do maior Presidente da história brasileira, o nosso cara, e limitar a sua atuação ao anonimato da burocracia do governo! Era pouco e o presidente Lula, nordestino, sensível, homem surpreendente e encantador, percebeu isso. Ela era digna e capaz de ocupar o posto mais alto do País, não pela sua beleza ou simpatia, mas pela sua capacidade de gerir, administrar áreas comumente ocupadas por homens. Ministra das Minas e Energias, liderando a Petrobrás, tomando conta da Casa Civil. Mas o povo e, particularmente, algumas mulheres queriam que ela fosse simpática, agradável, doce. Lembro que o nosso povo votou em Collor porque muitos (e muitas) o consideravam bonito!!! Lula teve que suar e o povo que sofrer muito até colocá-lo no poder, e ele iniciar uma revolução democrática no País. As elites, que são muitas, não se conformam porque a população pobre, negra está ocupando, também, espaços sempre destinados às classes sociais elevadas. O povo está nas Universidades.

Com esse tipo de e-mail, estamos colaborando para o preconceito contra a mulher, contra a liberdade, contra a inteligência como um atributo feminino. São mães que estão negando às suas filhas a possibilidade de termos uma mulher, indicada por Lula, para dar continuidade às transformações sociais que as atingem diretamente. Suas filhas também serão mais respeitadas a partir de agora. Nós mulheres seremos mais ouvidas a partir de agora. Nossos discursos serão menos desprezados. Somos responsáveis pelos e-mails que enviamos e as ideias que eles divulgam. Leio os textos e vejo um exercício de manipulação dos fatos; vejo o retorno de um tempo tão longínquo (hoje eu já tenho 41 anos), onde propalavam que os vermelhos comunistas comiam criancinhas. Agora dona Mônica Serra diz que Dilma é assassina de criancinhas. Parece que essa gente subestima a NOSSA inteligência, a nossa capacidade de discernimento, a nossa capacidade crítica.

Sobre o aborto! Dilma hoje já prometeu não enviar leis para serem aprovadas nesse sentido. O que é perfeitamente compreensível nesse País tão cheio de pudores religiosos, onde os evangélicos ocupam de forma acintosa tantos canais de televisão, fazendo uma campanha acirrada contra a nossa candidata, que parece encarnar para os fanáticos a própria Eva ou Lilith. Quantas mulheres conhecemos que praticaram uma vez na vida algum aborto? Conhecem alguma mulher pobre que morreu em mãos de açougueiros ou tomando remédios por conta própria? Eu conheço! E sei que ela não teria morrido se o meu País não fosse tão hipócrita e ela pudesse ter sido atendida por um médico de verdade, com assistência legal. Afinal, a sua “escolha” de não ser mãe, naquele momento, já era tão difícil, tão dolorosa e triste, pessoal e intransferível. A sua morte abalou a todos daquela comunidade. Um abalo silencioso e proibido. Que ela tivesse, pelo menos, assistência médica; que não fosse tratada como bandida, que não morresse. São mulheres cidadãs e trabalhadoras que muitas vezes recorrem a essa – única - saída. Quantas casadas, decentes, honradas, amadas, vocês conhecem que também já o fizeram correndo risco de morte? O risco deve continuar? Até quando? Em nome de quê? O aborto legalizado ainda é um tabu nesse País de mulheres tão santas, católicas e evangélicas. País de não pecadoras! É hipocrisia considerar que não é preciso discutir a necessidade de adotarmos medidas de saúde pública para conter o número imenso de mulheres pobres, negras e brancas, mortas por praticarem aborto, pois as ricas têm assistência médica. É simples!

Essa certamente não é a plataforma de governo de Dilma! Os seus planos para o País são estruturais e ideológicos e vão além. Mas o aborto é o alvo principal dos seus inimigos. Dilma não legalizará o aborto, fiquem tranquilos! Ela já o prometeu! Está prometido aos evangélicos! Aqui ninguém o pratica e ninguém morre assim, certamente os números alarmantes apontados pelas pesquisas são uma ilusão, um engano. Além do mais, somos muito católicos e evangélicos para pensarmos nessa possibilidade. Vejam que as pedras do velho testamento continuam sendo atiradas contra a Mulher. Jesus veio e enfrentou o apedrejamento, lembrem-se! A adúltera não foi morta, pois alguém tinha que atirar a primeira pedra. Alguém que nunca tivesse pecado! A mulher foi salva por Jesus Cristo, no entanto, o que é essa guerra conta Dilma senão um apedrejamento simbólico, tão selvagem contra o bíblico?! A sede da nossa sociedade de punir a mulher que desobedece às leis sociais, que peca por contrariar o desejo masculino, por invadir um espaço social, público, destinado aos homens. Peca por disputar o poder com um homem que fala em nome da moral e dos bons costumes, com o visível propósito de atingir a candidata, como se ela e a sua biografia não fossem dignas. Serra com a sua moral falaciosa! Um homem agressivo, acintoso, que utiliza do cinismo o tempo inteiro para atrair aqueles que também se querem virtuosos e virtuosas. Hipócritas! Gente com a sanha do apedrejamento, que deve ser um desejo coletivo inconsciente capaz de mobilizar as massas para grandes espetáculos mórbidos, como acontecia durante a Inquisição. Vamos ver as bruxas morrerem na fogueira! E se possível vamos apedrejá-las também!

A mulher que sai da toca e afirma-se como um ser pensante e participativo, que pega em armas como Maria Quitéria, como Anita Garibaldi, como Olga Benario. Elas são mulheres muito próximas de Dilma, parceiras, companheiras (aquelas que dividem o pão) e certamente jamais teriam como amante, marido, namorado, companheiro um tipo como José Serra. Certamente - e aqui vai o meu delírio utópico/poético - essas mulheres amavam homens intensos e verdadeiros, atraentes, sedutores e, principalmente, sonhadores. Homens que respeitavam seus discursos e acreditavam no direito da mulher de ser Grande. Certamente seriam homens que se orgulham do poder feminino e da sua capacidade de gerir empresas, como Dilma, e de gerar filhos, também como Dilma! Jamais um forjado Zé Serra capaz de divulgar esse tipo de pensamento sobre sua adversária política e de tratá-la de forma tão grosseira e deselegante. Um casca grossa!

Parece que a sociedade acredita na mulher apenas administrando a sua cozinha. Mas Dilma, Chiquinha, Luíza, Anita, Olga, Filipa, Quitéria, Joana Angélica, quiseram bem mais. O texto que me moveu faz alusão ao piano que Dilma tinha na casa dos pais. Moça de família! O piano foi a arma de Chiquinha Gonzaga, mas o piano de Dilma não respondia às necessidades de transformação social que ela aspirava. Por isso, certamente, Dilma, foi fazer política e suas armas foram e são outras. O falo da fala, como diria Maria Rita Kell.

Um beijo, companheiras históricas de tantas batalhas que ainda temos que enfrentar! E que a fama de que nós, mulheres, não somos solidárias umas com as outras não seja consolidada nesse momento histórico do País. Sejamos solidárias com a competência de Dilma e com a sua qualificação para dirigir o nosso País. Em anexo, uma música de Chiquinha Gonzaga para abrandar e encantar nossas almas. Lua Branca é a música.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Leiam meu texto!

Falei que não iria comentar sobre Política aqui no blog. Mais não têm como, visto que os jornais só sabem comentar sobre isso. Meu voto Já estar definido, vou votar em DILMA, por que quero um Brasil melhor, mais justo e que os trabalhadores sejam valorisados.
Dilma não é melhor candidata que Serra. Mais têm um Projeto Político Muito melhor!
E eu acho que já estar mais do que na hora do Brasil ser governado por uma mulher! Por que a verdade é que as mulheres sabem usar a cabeça melhor que os homens, chega de preconceito contra a mulher! Essa é uma campanha difamatória contra a Dilma, já apelidaram ela de todos mudos possiveís. E o pior é que as Religiões estão envolvidas nessa etapa. Sou contra a legalização do aborto, mais acho que é um tema a ser descultido pelos nosso governates ( Vereadores, Prefeitos, Deputados estaduais e federais, Senadores, Governadores e Presidente.) Primeiro que o presidente não governa sozinho, para isso existe um parlamento. E sim, sou a favor de que haja um plebicito, já que vivemos na democracia, e povo é que tem que escolher! Também sou a favor da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, por que cada um tem o direito de escolher sua opção sem preconseito.
E sem dúvida a Dilma não é corvade, por que na adolecência pegou em arma, foi presa e torturada na ditadura militar, para retirar o Brasil de uma ditadura. Enquanto o Serra, esse exilou-se no chile, como um corvade, e foi ser professor e casou com sua mulher, e curtiu as águas quentes das prias de lá ao som do tango de Carlos Gardel.
È por esse motivo que voto em Dilma!

Ramon Morays
È estudante, escritor, ativista cultural e ambiêntal, membro da Academia mirim de letras, artes e ciência da Bahia, Do Movimento Cultutal Clarear, da Poebrás e do movimento VirArte -RS

Abaixo um texto de uma estudante da UFBA

Porque voto Dilma

Gostaria de dizer aqui neste espaço, porque voto em Dilma Rousseff para Presidência da República.

Em primeiro lugar, voto em Dilma porque sou mulher, por acreditar que é chegada a hora de colocarmos as mangas de fora e atuarmos na política brasileira. Porque acredito na força de trabalho das mulheres, na inteligência pragmática e conciliadora que buscamos trazer à tona e na firmeza com que defendemos nossos filhos. (Não, eu não tenho filhos, mas os filhos da pátria também são meus, assim penso).

Em segundo lugar, voto na continuidade do Governo Lula, na continuidade do combate efetivo à pobreza, na continuidade da expansão dos Institutos e Universidades federais pelo país, na continuidade da abertura das instituições de nível superior ao PROUNI, do Minha Casa Minha Vida, do Luz pra todos, da expansão da Petrobrás (NOSSA Petrobrás!), e de tantos projetos inteligentes e benéficos a toda a sociedade, pouco buscados pelos Governadores e Prefeitos que preferem se fazerem de coitadinhos dizendo que "O Governo Federal nos abandona". Não apresentam os projetos mínimos para recebimento de verbas, perdem os prazos e depois colocam a culpa da fanfarronice no Governo Federal, pura incompetência e boicote.

Em terceiro lugar, voto em Dilma porquê não quero o retorno de tudo de mais atrasado que este país já viveu quando FHC era Presidente e Serra, como gosta tanto de dizer, foi Ministro de Planejamento e da Saúde. Juntos, e junto com toda a direita fascista, privatizaram (mal) nossas empresas, arrocharam nossos salários, espancaram movimentos sociais, favoreceram Daniel Dantas e seus amigos, favoreceram à Globo e somente à Globo no quesito "cultura" e protagonizaram tantos escândalos quanto Lula em seu Governo, mas naquela época a mídia estava satisfeitíssima, repercutia pouco e, além disso, existia o "engavetador geral da República" para colocar todas as denúncias no bolso. Serra como prefeito e Governador (ambos os mandatos incompletos) foi tão bom, mas tão bom, que São Paulo vem decaindo mais que jaca podre em índices de qualidade de vida, segurança, saúde, educação, etc etc etc. Só aumentam os gastos com Publicidade e nada mais. Como ouvi de um policial esta semana: Foi o único Governador do Brasil que conseguiu fazer as Polícias Civil e Militar entrarem em confronto, além de pagar o salário PSDB (Pior salário do Brasil) aos servidores.

Em quarto e último lugar, voto em Dilma pela Dilma: Uma mulher que lutou contra a ditadura, foi torturada e manteve-se aqui, firme, lutando pela democracia, enquanto José Serra (Presidente da UNE à época) morava nos EUA em plena Guerra Fria sabe-se lá como. (Bom, saber eu sei, mas não tenho "provas", então fico quieta). Voto em Dilma por ver nela força, vontade de mudar o Brasil, vontade de ter um País mais igual, um país justo e que lidere o mundo para a paz, como fez Lula, não para a guerra. Voto em Dilma porque vejo nos olhos dela essa vontade, mesmo que ela gagueje, mesmo que ela se atrapalhe, que ela erre, que ela brigue. Voto nela pelo mesmo motivo pelo qual votei em Lula em 2006, por ver em seus olhos uma pessoa que quer ver o seu país crescer e não mais baixar a cabeça para tudo o que é estadunidense e europeu. Vejo em Dilma a força e a coragem para, agora sim, fazer o Brasil amadurecer politicamente e para que futuramente não vejamos as riquezas que são de todos nós, vendidas a preço de banana para que uns poucos ganhem muito dinheiro.

José Serra é atraso, retrocesso e vergonha. Mesmo que eu odiasse a Dilma, votaria nela só para não ver este larápio no poder. E tenho dito.

Emanuela dos Santos de Jesus
Centro Academico Luiza Mahin
DCE-UFBa Gestão Primavera nos Dentes
Atitude e Resistencia
Grupo Quilombo

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Eu assistir Tropa de elite 2



Ontem assistir Tropa de elite 2 e a verdade verdadeira - como diz meu sobrinho Erian - é que adorei o filme! Muito surpreendente e assim como um bom filme, digno de ganhar um Oscar consegue prender a atenção do telespectador.
Sim, Tropa de elite 2 merece ganhar um Oscar, ou pelo menos, ser indicado. Se isso não acontecer, vou mandar queimar todos os críticos de cinema desse país. Nosso lar também é um bom filme, mais Nosso lar éuma obra famosa, ao contrário de Tropa de elite 2 que é algo "figuristíco", essa palavra no bom sentido, porque a milícia existe mesmo, em grande quantidade no Rio de Janeiro, assim também como em outros estados. E por falar em existir o personagem Fraga também existe, só que sem heroísmo mais com muito caráter.

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Entrevista do Deputado Estadual do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, o deputado que bateu de frente contra as milícias. Em sua entrevista concedida a revista Carta capital

O sorriso de carioca boa praça engana. Não que o deputado estadual pelo PSOL Marcelo Freixo não o seja, mas quem o vê, a principio, desconfia ser ele o homem que enfrentou a milícia no Rio de Janeiro. Quem conhece a sua história na militância pelos direitos humanos não se surpreende com a atuação que teve na Assembléia Legislativa. Trabalhou como professor de história em prisões, negociou rebeliões ao lado do Bope e em 2006 candidatou-se ao parlamento fluminense para ampliar seu campo de luta. Foi o responsável pela instauração da CPI das Milícias, que prendeu 275 milicianos e desmontou sua liderança.

Freixo não pôde fazer campanha nas áreas de milícia durante a corrida eleitoral deste ano. Seus partidários foram intimidados por milicianos. Por causa do enfrentamento, se viu obrigado a andar em carro blindado e com segurança armado. Mesmo prejudicado, foi o segundo candidato a deputado estadual mais votado no Estado. Conseguiu apoio de artistas e intelectuais. A sua atuação como político e ativista inspirou o cineasta José Padilha na criação do personagem Fraga no filme Tropa de Elite 2.

Na entrevista concedida a CartaCapital, Freixo bateu na gestão do governador Sérgio Cabral e no seu “projeto de cidade segregadora” com as Unidade de Polícia Pacificadoras, muros, remoções e barreiras acústicas. E propôs um novo entendimento de segurança pública no Rio de Janeiro e no Brasil.

Carta Capital: Por que você disse que teria que sair do país se não fosse eleito?

Marcelo Freixo: Porque é óbvio, tenho carro blindado, segurança o dia inteiro, toda uma estrutura policial em cima do mandato. Nunca fui intimidado diretamente, mas houve descoberta de um plano de atentado. A polícia civil interceptou alguns planos.

CC: Você anda com medo nas ruas?

MF: Não é medo, é apreensão. Não é um cotidiano normal. Tem lugares que não posso ir. Não é bom, mas o tempo inteiro eu sabia o que podia acontecer. Também se perdesse a eleição seria uma vitória de muitos que enfrentamos. Acho que não haveria condições políticas para continuar aqui, pela segurança, porque ai sim seria inconsequente continuar no Brasil sem uma função pública e ao mesmo tempo seria um recado da mesma maneira que a minha votação também foi, porque o Rio de Janeiro deu uma resposta, se eu não ganhasse também seria uma resposta, inversa.

CC:O que representa para a política carioca você e o Chico Alencar terem sido eleitos com números expressivos, porém os mais votados continuam a ser políticos como Wagner Montes e Garotinho?

MF: Eles foram eleitos em função do acesso a mídia e não por feitos parlamentares. A mídia televisa de um lado e o rádio do outro. O critério de eleição dessas pessoas não é o mesmo do nosso. Não são os mesmos parâmetros e instrumentos.

CC: Você enxerga isso como uma evolução da política carioca?

MF: Eu acho que a nossa votação foi uma resposta muito boa, animadora, tem muita gente vindo falar isso nas ruas. Eu acho o que levou São Paulo a votar no Tiririca de maneira irresponsável e inconsequente, aqui no Rio foi uma política mais consequente. Foi um “tô de saco cheio” e votaram em alguém, que mesmo que não tenha uma identidade ideológica, é alguém que tem uma referência republicana, ética. Os quase 178 mil votos que eu recebi não são votos de identidade ideológica com o PSOL, nem os do Chico, mas são várias identidades.

CC: O que é de se esperar do próximo governo Sérgio Cabral?

MF: Eu acho que seja pelo menos razoável, porque foi péssimo o primeiro governo do Cabral. Um governo marcado pela falência da saúde pública, as pessoas morrem nos hospitais. A saúde pública carioca é palco de escândalos. Superfaturamento de medicamentos… Eu tenho um pedido de CPI apresentado que há quatro meses está dormindo na Casa. É uma secretaria que dá mais notícia por causa dos escândalos do que dos feitos, que chegou no seu pior resultado na história do Rio de Janeiro. Nunca antes na história do Rio a saúde pública foi tão ruim. Já que o Cabral gosta tanto do Lula, a gente usa essa expressão.

CC: Por que o Cabral saiu-se tão bem nas urnas?

MF: Ele ganhou a eleição por causa da UPP. Os formadores de opinião no Rio resolveram o seu problema de saúde e educação comprando planos de saúde e colocando seus filhos na escola privada. Essa não é uma questão pública no Rio de Janeiro. A escola pública na situação que está no Rio é uma questão só dos pobres. Eu acredito que esse problema seja de todas as grandes cidades. O Cabral ganhou a eleição com a propaganda da pacificação, mesmo que isso tenha sido para uma parte muito pequena do Rio de Janeiro. A polícia do Rio é que mais mata e morre no mundo.

CC: Qual a sua opinião sobre as UPPs?

MF: É um projeto de cidade. A UPP só pode ser pensada com a construção dos muros nas favelas, com as barreiras acústicas que tenta fazer com quem sai do aeroporto e chega a zona sul não veja as favelas e as remoções. O mapa das UPPs é revelador. É o corredor da zona sul hoteleiro, é a zona portuária com o projeto “Porto Maravilha”, é o entorno do Maracanã na avenida Tijuca, a Cidade de Deus e Jacarepaguá, que é a única área em toda Jacarepaguá que não está na mão da milícia.

CC: É para gringo ver?

MF: Não é só pra gringo ver não, é pra gringo praticar esporte. É uma sofisticação da expressão. É um projeto de cidade segregador. Não estou dizendo com isso que nos lugares que tenha UPP não existem avanços, é claro que tem. É claro que é importante não ter o tráfico de armas, o tiro e redução de homicídios. É claro que entendo, compreendo e concordo com o morador da UPP que diz que agora está melhor. Se eu morasse lá também diria isso. Eu entendo o cara dizendo: “eu quero UPP no meu bairro”, é compreensível. Contudo nós temos que ter uma leitura do Rio de Janeiro como um todo. O mapa das UPPs mostra que não é um projeto de segurança pública, é um projeto de cidade. Porque essas áreas são para 2014 e 2016 e no mesmo Rio de Janeiro, com o mesmo governo, nós temos a polícia matando três pessoas por dia. A polícia do Rio é a que mais mata e morre no mundo. O Rio não está pacificado.

CC: Você enxerga alguma solução para a segurança pública fluminense?

MF: Claro que tem saída e não é o Galeão. Primeiro porque a segurança pública não é um debate de polícia, é um debate de política. Você tem que enfrentar as milícias, por exemplo. Os líderes foram presos depois da CPI das Milícias, mas elas continuam crescendo territorialmente porque os seus braços econômicos não foram cortados por esses mesmos governos. Precisa pagar melhor a polícia. A polícia do Rio tem um salário de miséria. O salário do policial do Rio só é maior do que o salário do policial de Alagoas. Não tem corregedorias e ouvidorias funcionando. A ouvidoria do Rio é surda. Não tem aproximação da polícia com a comunidade, apenas tem nas zonas de UPP que é menos de 1% do território do Rio, em todas as outras a polícia mantém um controle. Nós vivemos um apartheid sem precisar do muro. Esses elementos centrais o governo Cabral não desenvolveu. Não adianta dizer que avançou na segurança pública sem ter avançado nesses pontos. Que avanço é esse? Você escolheu algumas áreas de obediência e diz que o Rio está pacificado? Apenas as áreas que interessam ao capital.

CC: Você acha que existe um processo de criminalização da pobreza?

MF: É histórico, claro que sim. Você criminaliza a pobreza e os movimentos sociais. Para o Estado manter as relações autoritárias que ele mantém, nos setores pobres, só faz isso disputando hegemonia. Só faz isso dando um caráter de naturalidade a ação repressora do Estado. Isso só pode ser feita com a produção do medo. A produção do medo é o grande instrumento de criminalização da pobreza.

CC: Existe uma programa do Estado em criminalizar a pobreza?

MF: É o Estado. A criminalização da pobreza é provocada pelo Estado. Isso não é provocado pelo Eike Batista, por mais imbecil que ele seja. Isso é provocado pelo Estado. É a lógica da segregação provocada pelo Estado, quando pega a escola pública e faz ela ser a penúltima pior escola pública do Brasil, só perdendo para o Piauí. É quando faz seu CEP ser determinante na dignidade humana. A dignidade no Rio vem com a maresia. Se você estiver distante da maresia a dignidade vai sumindo.

CC: O que você acha dessa proposta do Serra de criar um Ministério de Segurança Nacional para cuidar da segurança pública, porém isso seria de responsabilidade dos Estados?

MF: Mais ou menos, na verdade o programa original do Lula, de 2002, que eu ajudei a fazer, prevê a Secretaria Nacional de Segurança Pública, que já existe, só que o projeto original prevê que fosse vinculado ao presidente da República e não vinculado ao Ministério de Justiça como é hoje. Isso foi uma mudança, no meu ponto de vista, equivocado. Por que não há debate no Brasil mais importante do que a segurança pública, por uma razão: as pessoas precisam ser mantidas vivas. Nós temos em curso no Brasil hoje um genocídio acontecendo sobre a juventude pobre e negra. Isso tem que ser responsabilidade do presidente da República, mesmo que a responsabilidade das ações policiais sejam do governo do Estado. Segurança pública não é ação de polícia. Precisamos mudar o nosso conceito de segurança, uma sociedade segura não é uma que tem muita polícia, mas é uma que desenvolve uma cultura de direitos, ai a responsabilidade é sim do presidente.

CC: O que você achou do Tropa de Elite 2?

MF: Eu gostei muito, o filme leva o debate para o andar de cima e mostra que o nosso problema é político e não de polícia. É um belo instrumento. Mistura bom entretenimento com um debate político. É uma bela obra.

CC: Você acha que o diretor tratou bem o problema das milícias?

MF: Eles estudaram muito as milícias. Eles acompanharam todo o nosso trabalho no gabinete, acompanharam a CPI. O Braulio Mantovani, que escreveu o roteiro, assistiu a todos os DVDs da CPI, fizemos varias reuniões, estudaram e debateram o roteiro com diversos setores. Tiveram muito trabalho antes do filme ser filmado, isso eu posso testemunhar. É um belo instrumento para saber o que queremos do Rio de Janeiro. Isso não é algo exclusivo nosso, o que leva o Rio a ter as milícias existe em qualquer lugar do Brasil.

CC: E do personagem Fraga, interpretado pelo Irandhir Santos, que o Padilha diz ter se inspirado em você?

MF: O Irandhir esteve aqui com a gente em vários momentos, discutimos cada cena, o roteiro, conversamos muito. Ele é um grande ator, uma das pessoas mais responsáveis dentro da sua profissão que eu já conheci, um estudioso, além de talentoso.

CC: E como foi viver as situações do personagem no filme?

MF: Nem todas aquelas cenas correspondem a realidade. A começar pela minha mulher, que nunca foi casada, nem com o Capitão Nascimento, nem com o Wagner Moura. E a cena do presídio, de todas, é a mais distante da realidade. A cena do colete aconteceu, quando decidia se entrava com colete ou não. Negociei dezenas de rebeliões, não sei a conta. As negociações aconteciam com o Bope, boa parte delas, mas com negociadores do Bope que iam me buscar em casa de helicóptero. Nunca houve uma tentativa de brecar a minha entrada nas prisões, muito pelo contrário, o Bope me chamava para fazer essas negociações. Eu trabalho há vinte anos com os presos, chamo eles pelo nome, sei quem são, tem um respeito muito grande. Trabalhei como professor de história na cadeia durante muitos anos. Para negociação isso é muito importante e para todas as negociações que nós fizemos nunca houve um preso ferido, nenhum problema.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dinorah Marzullo - Um estrela

Falando de Mulheres, Vou homenagear uma grande atriz, que o Brasil merecer assistir ao sábado a noite no Zorra Total apesar do programa ser ruim.




Dinorah marzullo não é apenas uma mulher com os cabelos grisalhos, além de exelente atriz é mãe da Grande Marília Pêra e Sandra Pêra, grandes atrizes não pelo seu própio talento, como pelo o talento herdado da mãe.
Atualmente ao vigor de seus 91 anos ainda lúcida(até mais que eu), atua ao lado do seu neto, Ricardo Graça Mello, filho da Marília Pêra. A própia Dinorah é filha de artista, sendo sua mãe a atriz Antônia Marzullo, que atuou no filme clássico, O Homem que comprou o mundo (1968). È pelo visto estar no DNA a sua linhagem artística.
Essa Brava Mulher só poderia ser ariana!

(Dinorah com filhas e netos)

(E com a filha Marília Pêra)

Mulheres, elas estão aí e alí!!!


Segue abaixo a entrevista com a Deputada Federal Alice Portugal única deputada mulher reeleita pela Bahia, ele é presidente da bancada feminista no congresso.

A entrevista foi concedida ao portal Bahia Notícia do jornalista político Samuel Celestino.

Bio- Farmacêutica e Bioquímica pela UFBA, líder estudantil e sindical, Alice é eleita deputada estadual em 1994 e reeleita em 1998. Faz história no combate ao esquema carlista, sendo várias vezes premiada pela imprensa por sua atuação. Na Assembleia Legislativa, Alice exige a abertura de diversas CPI´s, como as que investigam as fraudes no SUS e Fundef, a extinção do IAPSEB, as irregularidades do Planserv, o rombo do SAC e prostituição infanto-juvenil na Bahia. Denuncia os processos de privatização da Coelba, do Baneb, de hospitais públicos e a extinção da Bahiafarma. Propõe a recriação da Fundação Baiana de Amparo à Pesquisa (FAPESB), a criação do Conselho Estadual do Direito da Mulher. Rebela-se contra toda opressão aos negros, índios e mulheres. Representa com altivez a luta dos professores, estudantes, profissionais de saúde, das mulheres e servidores públicos. Eleita Deputada Federal em 2002, com mexpressiva votação, reeleita em 2006 e novamente reeleita em 2010 com 101.588 votos.

Bahia Notícias: Qual a importância de ser a única mulher que conseguiu se eleger deputada federal na Bahia?

Alice Portugal: Em primeiro lugar é a garantia de que a voz da mulher esteja presente nos espaços de poder. Obviamente, no Brasil nós temos uma sub-representação das mulheres. O Brasil passa vexames internacionais quando comparado a países como Paraguai, Namíbia, Moçambique e a Espanha, onde 50% do parlamento é para cada gênero. A Argentina tem 46% do parlamento composto por mulheres. Então, não é possível que um país onde você tem 52% do eleitorado feminino, onde as mulheres são a maior parte dos aprovados em concursos públicos, onde a maioria dos professores universitários brasileiros é de mulheres, você ter uma sub-representação de 8% no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados. E aqui na Bahia, nessa nossa chapa, nós tínhamos três mulheres candidatas, e somente eu em condição de eleição. E uma eleição muito disputada com, literalmente, homens fortes.

BN: Podemos dizer então que a senhora é a “deputada Luluzinha”, infiltrada nesse verdadeiro "Clube do Bolinha"?

AP: Talvez uma figura colorida. Interessante, né? Mas, na verdade, o jogo é muito mais bruto do que as cores dessa comparação infantil, porque nós enfrentamos o poder econômico, as corporações, os candidatos que têm figuração institucional, digamos assim, e obviamente as ideias de uma mulher já não são muito financiáveis, na política, porque nós fomos adestradas a falar mansinho e chorar baixinho, e estar atrás do grande homem. E ainda mais uma mulher que mantém vínculos com o movimento social, mantém coerência, apoia e critica, então isso tudo me coloca naquele rol dos que não têm grandes apoios financeiros. Então, o grau de dificuldade é duplo, por ser mulher e por ser coerente com a minha origem.

BN: Você tem uma história de luta acadêmica, uma militância dentro da Universidade que todo mundo conhece, e você falou agora da questão da força, do embate que houve até chegar à candidatura. O PCdoB é aliado do PT já de algum tempo. A gente sabe que há divergências ideológicas, mas caminham juntos nesse período. Mas, antes da campanha, dentro da Academia, houve um problema na UFBA entre PT e PCdoB, para a eleição do DCE, e dizem que isso se transferiu para os partidos. Como é que está, intimamente, a relação do PT com o PCdoB?

AP: Não. O PT e o PCdoB são aliados estratégicos de primeira hora. O PCdoB é o único partido nessa frente ampla, de 11 partidos, que apoia a candidata Dilma Rousseff, que esteve com Lula desde 1989. Nós estamos juntos há muito tempo. Digamos que somos primos carnais, porque viemos mesmo todos, e somos ramos da esquerda tradicional brasileira, constituída a partir de 1922 com a criação do velho Partido Comunista, e cada um se diversificou. O PT nasceu como um partido de massas. Você tem várias tendências. Ele tem o nome de partido, mas é uma federação opinativa. O PCdoB não tem esse perfil de partido único, que tem divergências internas, ênfases, mas não tem grupos. Talvez até pela sua própria dimensão. Mas acima de tudo pela sua natureza essencial, como partido de esquerda. Então, na Universidade, é obvio que ali é a manifestação juvenil das opiniões políticas. É a grande escola da política. A vida acadêmica, a vida nos grêmios. É um processo de um ensaio de ganhar e perder, de assumir posições da maior importância. E há divergências, há disputa daquele micropoder. Na minha opinião, isso é saudável. Às vezes isso resvala para práticas condenáveis, e que são espelhos do que acontece na própria sociedade.

BN: Houve brigas, invasões, depredação do patrimônio público...

AP: É. Isso ocorreu, mas não foi transferido para o mundo cá fora. E nem arranhou as candidaturas do PT, ou a minha, na Universidade. Eu que tenho a honrar de ter o eleitorado juvenil majoritário.



BN: O PCdoB baiano cresceu uma cadeira tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara dos Deputados. E o partido que cresce, é legítimo, busca pleitear mais espaço no governo, ou mesmo crescer politicamente. Queria saber se o PCdoB pretende aumentar seu espaço no Governo Wagner e se, em 2012, pretende lançar candidatura à Prefeitura de Salvador, como quase ocorreu em 2008, quando a vereadora Olívia Santana chegou a ser cogitada para disputar as eleições municipais.

AP: Em relação a espaços, é óbvio, que quando você constitui uma frente, como essa que levou Wagner à vitória no primeiro turno, nós sabemos que a constituição do governo será garimpada dentro dessa frente. E isso tudo se dá com o mecanismo da proporcionalidade dessas partes constitutivas e também das competências. E eu aposto muito, inclusive, nesse segundo item. E eu espero que, nesse segundo governo, que ele tenha cada vez mais relevância. E é óbvio, o PCdoB buscará os seus espaços, a participação, mas nós não temos aquela ação predatória de ter que ter, não é? De fazer a conta e exigir, porque nós achamos que tem um projeto em construção. E nós estamos bem alocados dentro do projeto. E agora vamos ver, né? Crescemos. Vamos ver o que é possível... Nós crescemos, mas a frente também cresceu. Com a saída de Geddel [Vieira Lima] e o rompimento com o PMDB, outras forças vieram, para fazer essa conjugação que levou a vitória de Wagner no primeiro turno e, obviamente, essa matemática da política terá que se realizar.

BN: E 2012?

AP: 2012, é possível. Tudo é possível. Agora estamos em um período em que a democracia no Brasil sai da adolescência e começa a amadurecer. E uma cidade, com segundo turno, as forças políticas precisam se mostrar. Então, possivelmente, pelo menos em termo de pré-candidaturas, é certo que os nomes sejam apresentados.

BN: Nessas eleições, observamos algumas alianças políticas que não tinham nenhum caráter ideológico, como por exemplo, Rui Costa (PT) e João Carlos Bacelar (PTN). É o fim da ideologia na política?

AP: Não creio.

BN: O PCdoB ainda é comunista?

AP: Sim, sem dúvida. Sem dúvida. O partido defende o sistema de organização social do socialismo, com a ideia do fechamento, da diminuição da diferença das classes sociais, ou seja, do fechamento do leque das classes sociais. Essa é a nossa visão ideológica, de que as pessoas valem pelo que são, e não pelo que têm. E, portanto, a sociedade dos comuns. Nós defendemos isso. Mas sabemos que vivemos uma etapa de construção da democracia e, ao mesmo tempo, onde o sistema econômico é capitalista. Evidentemente, nas regras do jogo que estão postas, as alianças acontecem pelo próprio objeto da sobrevivência política de uma ideia como a nossa. E, evidentemente, eu não condeno as alianças com orientações políticas diferenciadas. Agora, contanto que compreenda-se aliança como é o objeto: põem-se e tira-se, sem matar a essência do que cada partido é. As alianças são necessárias, mas não podem depor contra a sua identidade original.

BN: Mas deve ser dureza, né, estar na mesma chapa do PP de Paulo Maluf e Otto Alencar?

AP: Olha, é evidente, mas mais duro ainda seria Jaques Wagner perder as eleições e devolvermos o Estado ao carlismo. Então essa aliança, na regra do jogo montada, o vetor é para cima. É para a manutenção de um processo de modificações políticas e acima de tudo de quebra de um controle único, que foi o que existiu durante 40 anos na Bahia. Portanto, eu apoiei a aliança. Não obstante, tenha sido eu a autora da CPI do SUS contra Otto Alencar, quando ele foi secretário de Saúde. E ele me chamava de "ararinha azul". Dizia que eu era uma ave de bela plumagem, canto mavioso, mas em extinção. Hoje de manhã ele disse “não tá em extinção”, e eu disse “é, e reproduzi votos”. [risos]

BN: Dilma Rousseff era a pessoa mais preparada [da esquerda] para assumir a Presidência da República?

AP: A natureza feminina da Dilma é mais uma quebra de preconceito no país. Elegemos um operário e agora estamos nos propondo a eleger uma mulher, em um país em que a República foi proclamada por marechais. Dirigida várias vezes por generais. Nós, mulheres, tivemos a cidadania retardada. Somente em 1932 tivemos direito a votar, e agora uma mulher pode ser eleita. Somente isso já é um grande feito. Nas outras agremiações teríamos outros grandes nomes? Teríamos. E esse foi o grande debate, porque o Lula disse “olha, o PT tem diversos nomes”. Tem Marta e Eduardo Suplicy, tem Mercadante. O PCdoB tem Aldo Rebelo. O PSB tem Ciro Gomes. Se cada um lançar o seu, o projeto está derrotado. Então, disse Lula, eu apresento o nome da ministra que, enquanto eu buscava divisas, negócios e popularidade, segurou o governo. Que já governa. Apresentou a Dilma como sua principal ministra, sua principal executiva. A Dilma não é uma palanqueira. Não mimetiza as multidões, não obstante esteja aprendendo rápido. Mas ela é a garantidora da manutenção do projeto e esse foi o acordo entre todos os partidos. Portanto, é isso que nos une. Ela é a representante da manutenção de um projeto que nós conseguimos afirmar em oito anos.

BN: Caso Dilma consiga se eleger, ela encontrará um ambiente mais favorável para governar do que Lula encontrou no Congresso Nacional. Lula, desde o início dos seus oito anos de governo, tem um programa de reforma estruturante do país – política, tributária etc. Agora, com o cenário favorável, torna-se um compromisso maior fazer essas reformas?

AP: Na minha opinião, sim. Ela própria tem verbalizado isso. Ela coloca com clareza a necessidade de reforma tributária, que eu também acho necessária, porque os municípios estão cada vez mais em situação de sufoco financeiro, dentre outras questões da própria carga tributária do país. A reforma política é uma necessidade, não é? Ela tem tudo para realizar essas reformas.

BN: O tema religião foi decisivo no primeiro turno das eleições presidenciais e também tem tomado conta da cena política nesse segundo turno. O que a senhora pensa com relação à exploração política desse tema?

AP: Eu acho dramática, atrasada, e acho que é algo que chega à beira do fundamentalismo e que isso não agrega para um país que se abriu. Para um país que, no século 21, no ano de 2010, você centrar o debate sobre os rumos do país em opções que são absolutamente recônditas e individuais. É uma exploração indevida e o uso da circunstância, de um grau de informação raso de uma parte da nossa população. E eu espero que a gente consiga superar essa fase e fazer o debate real da perspectiva do povo brasileiro, e não das questões de foro íntimo. O que temos que fazer é, cada vez mais, afirmar a laicidade do estado brasileiro. Somos um estado laico, onde é possível conviver com todas as etnias, todas as religiões, com um processo não só de tolerância, mas de respeito. Até porque eu não quero ser tolerada, eu quero ser respeitada. Infelizmente, o setor neoliberal esconde a sua natureza levando um debate que joga o país em um abismo. Haja vista as teocracias de hoje, e de sempre.

BN: A senhora se considera feminista?

AP: Sim.

BN: Jaques Wagner disse recentemente, no Hotel Pestana, que o aborto é uma prática abominável e que em momento nenhum a candidatura de Dilma clamou pela liberação do procedimento. A senhora, enquanto feminista, comunista e mulher, qual é a sua posição em relação a esse tema que tem sido tão explorado?

AP: Se chegar sangrando no hospital, prende ou atende? Eu defendo que atenda. Por isso, não se pode criminalizar algo que, no Brasil, todo mundo sabe que acontece. Mas a decisão é de foro íntimo. Por que não se legisla sobre o corpo do homem? Por que a Dilma está sendo incitada a falar só sobre o aborto? Ninguém em sã consciência defende o aborto. O aborto é uma última circunstância, que a mulher fica marcada no físico e na alma por sua realização. É preciso educar sexualmente os casais para se evitar a gravidez indesejada e a gravidez precoce. Não posso responder com sim ou não essa questão, porque nenhuma mulher gostaria de fazer o aborto, ou planeja fazê-lo. Planeja ter prole. Então, nesse sentido que é perverso esse debate. Eu defendo que, no Brasil, haja uma política de saúde que garanta atender quem chega em condição de aborto. Não é fazendo proselitismo do aborto. O que não podemos é ignorar a sua existência, porque isso é hipocrisia e eu não comungo com isso.

BN: A senhora, enquanto congressista, se chega um projeto para descriminalizar o aborto, vota contra ou a favor?

AP: Hoje não há projeto na Câmara dos Deputados sobre aborto. Houve um debate de um projeto, que morreu na Comissão de Seguridade Social, da qual não sou membro, mas eu não posso concordar com a ação fundamentalista de nominar mulheres que fizeram aborto, como no Mato Grosso do Sul, ou, lamentavelmente, criminalizar. Eu, como farmacêutica bioquímica, uma certa vez, em estágio no velho Hospital Getúlio Vargas, fui colher o sangue de uma menina que chegava com uma agulha de tricô no útero. Um dos médicos tremeu e disse: "eu não posso atender aborto. É crime". E então uma médica pegou a criança de 13 anos nos braços e atendeu. Correu o risco. Então, prende ou atende? Tem que atender. São milhões de mulheres que realizam essa prática. Enquanto não resolvermos o problema da causa, que é a desinformação, o efeito não será resolvido. Então, não se pode estigmatizar isso e eu não tenho medo desse debate.

BN: A senhora é a favor da união civil para casais homossexuais?

AP: Eu sou a favor. Acho que, no Brasil, se deve respeitar a opção de cada um. É preciso que haja pactos jurídicos para a convivência de pessoas que optam por essas conjugações.

BN: Em linhas gerais, o que a deputada Alice acha que falta para o Brasil se tornar o País das Maravilhas?

AP: [Risos] Paz social. Saúde democratizada, com acesso para todos. E acima de tudo educação para a juventude. Educação é tudo. Prioridade no investimento na educação. Todos esses temas que nós tratamos aqui, da historicidade do país à condição de cada ser humano, seria resolvido se a escola tivesse a primazia do principal espaço de vivência, como bem disse o baiano de Caetité, Anísio Teixeira, antes mesmo de Paulo Freire e Florestan Fernandes. Anísio que, por sinal, deveria ser mais homenageado.


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Mulheres governam apenas 14 países do mundo, diz ONU

A possibilidade de se tornar uma chefe de Estado ou de governo ainda é rara para as mulheres na maioria dos países. Apenas 14 mulheres em todo o mundo estão nessa posição atualmente, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta quarta-feira (20), em Nova York (EUA).

MULHERES NO PODER

  • 14

    mulheres são chefes de Estado ou de governo no mundo

  • 12

    era o número de mulheres no poder em 1995

  • 17%

    das vagas nos parlamentos são ocupadas por mulheres

  • 29%

    porcentagem de mulheres nos parlamentos europeus

  • 23

    número de países em que há mais de 30% de mulheres nas câmaras

ONU

Nos últimos 15 anos, a partipação das mulheres como chefes de Estado ou governantes não mostrou aumento expressivo: em 1995 havia 12 mulheres nessa posição e em 2009 o número passou para 14. Nesse período, exemplos notáveis incluem a eleição de mulheres para governos ou chefes de Estado na Islândia (Jóhanna Sigurðardóttir) em 2009, no Haiti (Michele Pierre-Louis) e na República da Moldávia em 2008, na Argentina (Cristina Kirchner), Índia (Pratibha Patil) e Ucrânia (Yulia Timoshenko) em 2007, no Chile (Michelle Bachelet) em 2006 e na Alemanha (Angela Merkel)e na Libéria (Ellen Johnson Sirleaf) em 2005.

Em um ranking divulgado este mês pela revista americana Forbes, Angela Merkel, chanceler da Alemanha, aparecia como a quarta mulher mais poderosa do mundo --atrás de Michele Obama, primeira-dama dos Estados Unidos, considerada a mais poderosa.

A média de poder feminino também é baixa nos ministérios em todo o mundo, onde, em média, apenas um em cada seis ministros é do sexo feminino (17%), segundo registro de 2008. O número é baixo, mas representa um avanço perto dos 8% registrados em 1998.

Parlamento

Embora as mulheres constituam cerca da metade do eleitorado e tenham conquistado o direito de votar e ocupar cargos em quase todos os países do mundo, elas também continuam sendo sub-representadas nos parlamentos nacionais.

Nos últimos anos, houve uma melhora lenta e constante na representação das mulheres nos parlamentos nacionais em todo o mundo. Em 1995, as mulheres ocupavam uma média de 10 % das cadeiras das câmaras -- este valor aumentou para 17% até abril de 2009.

Desde 1995, todas as regiões do mundo têm mostrado progresso em promover o equilíbrio de gênero nos parlamentos nacionais. Em todas as sub-regiões da África e em quatro de cinco sub-regiões da Ásia, a proporção de mulheres no parlamento dobrou ou mais que sobrou. A maioria dessas sub-regiões tinha em 1996 menos de 10% de integrantes mulheres. A exceção é a Ásia Ocidental, onde a representação feminina aumentou de um nível muito baixo – 4% em 1995 – para cerca de 9%. O sul da Ásia teve uma melhora particularmente notável, devido a intervenção dos governos que através da legislação adotaram medidas como adoção de cotas e reserva de cadeiras. Quatro dos nove países da sub-região adotaram a política de cotas: Afeganistão, Bangladesh, Nepal e Paquistão.

A Europa Ocidental tem a maior representação, mais de 29%. Na África do Sul, no Sudeste Asiático, na América do Sul e outras regiões desenvolvidas fora da África, a representação feminina alcançou ao menos 20%.

Em apenas 23 países as mulheres têm participação expressiva – mais de 30% das cadeiras – no parlamento, nas câmaras baixas ou em países de câmara única. O número ainda é baixo, mas expressivo se comparado à marca de 1995: apenas cinco países.

Os países que atingiram a marca dos 30% estão bem distribuídos no espectro do desenvolvimento: nove deles estão na Europa Ocidental e sete na África Subsaariana. A maior proporção do mundo foi registrada em Ruanda, que realizou eleições em 2008. O país se tornou o primeiro da história a atingir o equilíbrio de gênero no parlamento nacional (56% - um aumento significativo comparado aos 17% de 1995). O motivo apontado pelo relatório da ONU são os esforços para promover o equilíbrio de gênero durante a reconstrução do país após a guerra e também o fato de que a maioria dos sobreviventes foram mulheres.

Além da Ruanda, outros sete países registram ao menos 40% de mulheres no parlamento: Argentina, Cuba, Finlândia, Islândia, Holanda, África do Sul e Suécia.

No oposto da inclusão, em 2009 seis países ainda não tinham nenhuma mulher no parlamento: Belize, Estados Federados da Micronésia, Omã, Qatar, Arábia Saudita e as Ilhas Salomão.

Na chefia dos parlamentos, em 2009, apenas 21 de 179 câmeras baixas ou únicas no mundo e 10 de 73 câmeras altas eram presididas por mulheres. A maior concentração foi encontrada em países desenvolvidos, onde 14 mulheres chegaram à presidência das câmaras alta, baixa ou única.


Fonte:

sábado, 16 de outubro de 2010

Christopher Lloyd - De volta para o futuro.


Eis sim, Christopher Lloyd, um grande homem.

Hoje presto minha homenagem ao Christopher Lloyd, um grande ator e diretor que o mundo tem talvez vocês que lêem esse texto não sabem quem é o Christopher, mais com certeza quem têm mais de 18 anos (acho que estou exagerando) vocês que têm mais que 16 anos já devem ter assistido De volta para o futuro, o I, II ou pelo menos o III.

Apesar de o primeiro filme foi em 1985, o segundo em 1989 e o terceiro em 1990, todos a partir dessa idade devem ter assistido na Seção da Tarde, por a Globo sempre reprisou, coisa que ela bem sabe fazer. Digo de passagem o filme A lagoa azul. E digo isso porque eu mesmo que vos escrevo, só tenho 18 anos e já assistir os três filmes na seção da tarde. E agora estou a procura desses em DVD para minha coleção particular de filmes Clássicos, ou como diz a Juliana uma amiga minha, filmes “cults”.

Mais voltando ao assunto, essa é minha pequena Homenagem ao grandioso Christopher Lloyd, que aos 71 anos estar em plena atividade, por falar em idade no dia 22 de outubro ele faz 72, com muita saúde e trabalho digno, como foi de um Oscar. E como sempre achei o artista ou mesmo o ser humano tem que receber homenagens quando vivo, por que depois de morto nada mais á, do que a lembrança e a alma, para quem acredita.

Ramon Morays

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Filmes "Clássicos" pornô

Desde que cinema virou vício, passaram-se a existir filmes clássicos. pois é, na pornografia também, desde de que se criou filmes pornô, que existe pornô-clássico.
Vejam algums exemplos:







domingo, 10 de outubro de 2010

Geração coca-cola

Hoje é dia 10/10/10 mais que um dia de números consecultivos, hoje nosso saudoso Renato Russo faz 14 anos que nos deixou. Infelizmente é a vida, onde os mestres partem e deixam o seu expemplo!
Viva ao Renato Russo!
"...è só amor, que conhece o que é verdade.."

sábado, 9 de outubro de 2010

"SEM TITULO"

O que se faz da vida quando um sentimento toma todo seu peito e não te deixa respirar de tão intenso? As musiquinhas feitas por quem finge entender o que você sente não colam mais, e o desespero toma conta de você que já não sabe como comandar seu próprio corpo. A insegurança cresce sem parar, prende você em casa, ou em algum lugar que te passe a falsa sensação de segurança, você se perde nas mentiras que cria para acreditar que a verdade pertence a você, mas sofre e isso nunca muda, nunca para. Seja sincero com você, isso não vai acabar, nem melhorar com o tempo, mas tente amigo, você não está sozinho, lute pelo direito ser alguém livre de sua fobia, não depende de outra pessoa além de você.

Houve muito sangue pela sua liberdade, não perca para si.

Vinicius Amaral

Èis um "conhecido" deputado!


Jean Wyllys é jornalista, escritor e professor. Ganhou uma vaga na Câmara Federal, quando disputou em 2010 a vaga para deputado federal pelo Psol-RJ. Em 2005, tornou-se conhecido em todo Brasil ao vencer o reality show Big Brother Brasil.





Por que se candidatou pelo Rio de Janeiro ao invés da Bahia, o seu estado de origem?

Primeiro porque o Rio é meu estado de domicílio há quase seis anos. Há quase seis anos vivo e trabalho no Rio de Janeiro. Por isso, filiei-me ao PSOL do Rio. Não vejo problema em um migrante como eu se candidatar pelo Rio, pois o Rio de Janeiro é feito pelos fluminenses, mas também pela massa de migrantes nordestinos e nortistas que também contribui, com seu trabalho e impostos, para a construção do estado. Só para te dar alguns exemplos: a comunidade da Rocinha é quase toda composta por migrantes nordestinos e seus filhos, assim como o são também as comunidades do Complexo da Maré e as cidades da Baixada Fluminense; sem falar nas periferias das cidades de Macaé e Campos, onde há um predominância de migrantes nordestinos, principalmente baianos. Sendo assim, minha candidatura pelo Rio está mais que justificada. Além disso, o Rio sempre foi inclusivo, principalmente em se tratando de eleição e de personalidades da política. Por exemplo, o Rio elegeu Brizola, que era gaúcho de sotaque carregado; elegeu Gabeira, que é mineiro, e elegeu Lindberg Farias, que é paraibano; e, se não estou enganado, meu conterrâneo Jorge Amado se elegeu deputado federal também pelo Rio de Janeiro. Por fim, é preciso que fique claro que um deputado federal, embora represente seu estado de domicílio, deve legislar em nome de todos os brasileiros.

Como professor, uma de suas bandeiras é o progresso do sistema educacional. Como pretende melhorar o ensino no Estado do Rio, que teve o segundo pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), na avaliação do Ministério da Educação, em 2009, à frente apenas do Piauí e empatado com Alagoas, Amapá e Rio Grande do Norte?

Bom, levando-se em conta que o IDEB do Rio ficou, em 2009, com estes valores: 4,7 para o ensino até 4ª série, 3,8 para fundamental e 3,3 para ensino médio, é possível considerar então que o índice no Rio piora à medida que a vida escolar do estudante avança. Sendo assim, pretendo apoiar políticas de educação que ampliem o acesso de mais crianças e adolescentes à escola, mas que, ao mesmo tempo, assegurem que estes não desperdicem tempo com repetências, não abandonem a escola precocemente e, ao final de tudo, aprendam e se transformem em cidadãos críticos e conscientes de seus direitos e deveres. Pretendo apoiar políticas de educação que façam, da escola, um ambiente que gere criatividade, com tecnologia de ponta e alimentação saudável para atrair o estudante e mantê-lo ali, se possível em tempo integral. E de que maneira virá meu apoio? Através de emendas e principalmente através da pressão para que o governo federal aumente os recursos do PIB destinados à educação.

Você também é um notório militante do movimento gay. Qual será a sua primeira medida em benefício aos gays, negros e às outras minorias que você defendeu em sua campanha?

Antes de ser um “notório” militante do movimento gay, eu sou um defensor dos Direitos Humanos. É como defensor dos Direitos Humanos e das liberdades constitucionais – e, claro, por ser gay assumido, logo, parte de um coletivo com cultura e demandas específicas – que eu abraço as bandeiras do movimento gay. Minha primeira medida será me integrar às comissões de Direitos Humanos e de Educação da Câmara dos Deputados, bem como ampliar a frente parlamentar pela livre expressão sexual, para, a partir daí, legislar em favor das minorias, entre as quais está também o chamado “povo de santo”, tão demonizado e perseguido por cristãos fundamentalistas.

Como pretende garantir aos homossexuais o direito à adoção de crianças?

Há, no Congresso Nacional, um projeto que quer VEDAR a adoção por casais homossexuais. Vou me posicionar contra este projeto. Além disso, sempre que for possível e necessário, vou acompanhar, de perto, os casos julgados pelo judiciário, dando meu apoio e mobilizando a opinião pública.

Por que você acha importante que a legislação mude, permitindo a guarda compartilhada pelos casais gays, ao invés de a criança ser tutelada por apenas um dos dois cônjuges como é praticado atualmente?

Porque, além de ter um impacto positivo na subjetividade da criança adotada ela se saber querida pelos dois pais ou pelas duas mães que a adotaram e não apenas por um deles, uma vez que ambos constam de seu registro, a permissão da guarda compartilhada inclui também o direito patrimonial (pensão, herança, benefícios, acesso) dos dois pais e não apenas do que adotou. É importantíssima essa mudança na legislação. Ela reconhecerá, no âmbito das leis, as diferentes famílias que já existem e constituem nossa sociedade.

Como você vê a comparação com Harvey Milk, primeiro político assumido gay a conquistar um cargo eletivo nos EUA?

Fico lisonjeado na medida em que sou “filho” de Milk, ou seja, do moderno movimento gay. Sem Milk e outros tantos que conquistaram, a duras penas, as liberdades que hoje gozamos, sem eles, Jean Wyllys não seria possível. Não sei de quem partiu a comparação. Considero-a um tanto exagerada, mas ela me deixa feliz porque admiro bastante a trajetória política de Harvey Milk.

Você acha que será preconceituado pelos seus colegas de bancada por ser ex-BBB ou homossexual assumido?

Não. E se por acaso eu for, saberei quebrar esses preconceitos como já quebrei outros tantos. E, como diz a canção, “pátria, família, religiões e preconceitos, quebrou não tem mais jeito”.

Você acredita nos políticos que ocupam os cargos públicos atualmente?

Em alguns sim. É preciso parar de alimentar esse senso comum nefasto de que todo político não presta; é corrupto, quer enriquecer ilicitamente e legislar em causa própria. Isso não é verdade. Há políticos ruins, mas há muita gente boa, preparada e honesta.

O que você fará se receber uma proposta de corrupção de um colega deputado?

Recusá-la, óbvio, e, se possível, denunciá-lo. Mas tenho certeza que não receberei esse tipo de proposta porque as pessoas sabem de minha retidão de caráter e honestidade. Como se diz lá em Alagoinhas, minha cidade natal, lagartixa sabe em que pau bate a cabeça.

O que você achou do adiamento para as próximas eleições da validação da lei da ficha limpa por parte do Supremo Tribunal Federal?

Lamentável. Se não fosse adiada, o Congresso Nacional talvez estivesse um pouco diferente pra melhor.

O que achou da votação do palhaço Tiririca a deputado federal por São Paulo?

Reflexo daquele senso comum de que falei agora há pouco: de que todo político não presta; é corrupto, quer enriquecer ilicitamente e legislar em causa própria; de que o Congresso Nacional virou uma palhaçada no pior sentido do termo e um coletivo de gente incompetente e despreparada – senso comum em parte alimentado pelo noticiário, que dá prioridade e ênfase apenas aos escândalos de corrupção, deixando de abordar da mesma forma as ações positivas dos políticos. Mais que expressão de um “cansaço” em relação aos políticos de sempre, a votação do Tiririca é expressão da despolitização ou da compreensão rasa do que é a política por parte das pessoas que votaram nele – pessoas que provavelmente só se envolvem com a política através do CQC. Não me espantaria se descobríssemos que a audiência do CQC em São Paulo votou no Tiririca, pois, para esse programa, apesar de ele fazer uma ou outra denúncia relevante envolvendo governos, a política é apenas motivo de piadas infames.

Você acha que o voto protesto é válido? É um bom instrumento democrático?

Depende do que você entende por “voto de protesto”. Embora se afaste da política e sequer se lembre dos nomes dos candidatos em quem votou na última eleição, a maioria dos eleitores – principalmente a maioria dos eleitores com algum grau de instrução – é ingênua o suficiente para acreditar que, ao desperdiçar seu voto em um candidato bizarro ou votar em qualquer número que lhe vier à cabeça no dia das eleições, ao fazer isso, a maioria acredita que está “protestando contra o sistema” ou “dando uma resposta aos políticos corruptos”. Os jovens, então, são os que mais caem nessa armadilha que é um misto de ignorância, ingenuidade e arrogância, pois, afastados voluntariamente da política e do debate público sobre as questões socioeconômicas e culturais que nos dizem respeito e muito próximos do entretenimento rasteiro, eles acham que a política é apenas alvo de humor. Nada mais perigoso para a democracia do que esse comportamento. Nada mais perigoso para o nosso destino como povo do que banalizar ou desperdiçar o voto acreditando que está fazendo um “protesto”. O verdadeiro e mais eficaz protesto é escolher o candidato que melhor lhe represente por meio da busca por informação nos diferentes canais (por exemplo, por jornais e sites e não só pela tevê); é investigar a vida pública dos candidatos e identificar quais deles trabalhou ou trabalha em função de causas nobres que digam respeito ao bem-estar de todos. Isto, sim, é o grande protesto!

A maioria das pessoas que acompanhou a sua trajetória na tevê durante o BBB e depois quando você se tornou repórter do ‘Mais Você’ não viu as suas aparições no horário eleitoral gratuito. Você acha que está na hora do TSE rever a obrigatoriedade da propaganda eleitoral na tevê? Pretende fazer algo a respeito?

O problema não é a obrigatoriedade do programa, mas o tempo que é destinado para cada partido. Como o tempo é dividido de acordo com as bancadas das coligações no congresso nacional ou assembléias, partidos menores e sem coligações como o PSOL têm pouquíssimo tempo no programa eleitoral e nas chamadas inserções nos intervalos comerciais da tevê. No meu caso, como o Chico Alencar era o puxador de legenda do partido, todas as inserções ficaram pra ele, além de ele ter um tempo bem maior que o meu no programa eleitoral, sendo que a grande maioria desliga a tevê na hora deste programa. Sou a favor do financiamento público de campanha e de regras mais justas na divisão do tempo para contemplar os partidos menores.

O que acha da obrigatoriedade do brasileiro votar?

Ainda não tenho uma opinião formada sobre o assunto.

E do serviço militar obrigatório?

Também não tenho opinião formada a respeito deste assunto.

Você adotou uma campanha ecologicamente correta, sem uso de cartazes, adesivos ou placas nas ruas. Acha que teria uma votação mais expressiva se tivesse usado todo esse material publicitário?

Sim. Mas se o partido tivesse me dado algumas das inserções ou mesmo tivesse dividido ao meio o tempo de algumas delas entre o deputado Chico Alencar e eu, eu teria uma votação mais expressiva mesmo tendo feito uma campanha ecologicamente correta e, talvez, ajudasse a fazer um terceiro deputado pelo PSOL. Acontece que, para o partido, a reeleição do Chico Alencar era a prioridade.

Você tem alguma proposta que diga respeito à ecologia em sua plataforma política?

Sim. O meio ambiente também está entre as minhas preocupações, mas é preciso entendê-lo como uma teia de relações entre os seres humanos, os animais e os minerais (a água é um mineral, não nos esqueçamos) e entre os seres humanos entre si no tempo e no espaço, e não apenas como o que resta de nossas florestas e espécies em extinção.

Você foi eleito graças à votação de seu colega de partido no Rio, o deputado Chico Alencar, que se reelegeu com 240 mil votos. Acha justo o voto proporcional, que beneficia os candidatos com melhor quociente eleitoral ao invés dos mais votados?

É importante ressaltar que o mandato não é meu, mas do partido, algo já consolidado pela legislação eleitoral e STF. Dessa forma, a eleição não poderia se restringir a um único nome, mas à legenda, como é o caso. A eleição segue uma ordem de votação, por mais que um candidato tenha menos votos que o outro.

Você recebeu 13.018 votos nesta eleição a deputado federal contra mais de 50 milhões de votos quando ganhou o BBB 5. Acha que o brasileiro dá mais importância ao programa do que à política?

Nesta sociedade capitalista e do consumo hedonista, o entretenimento é mais sedutor e prazeroso do que a política, infelizmente. Além disso, o clima de melodrama que envolve os realities, seja por conta das histórias de vida em jogo, seja por conta dos conflitos priorizados pela edição, faz com que as pessoas se envolvam mais com eles do que com processos eleitorais “sem graça”, infelizmente, volto a dizer. Porém, a gente não pode considerar essa atitude das pessoas um mero equívoco. É preciso buscar entender que transformação cultural e nas mentalidades está em curso, quais os impactos políticos dessa atitude. Foi o que eu fiz ao me inscrever no programa.

Passado o assédio inicial após ter vencido o BBB há cinco anos, você voltou à vida pública. Não sentiu receio de se expor de novo?

Eu nuca saí da vida pública. Posso ter me afastado deliberadamente dos programas de auditório e do noticiário das revistas de celebridade para retomar e preservar meu prestígio como professor universitário e jornalista, mas não da vida pública. Continuei escrevendo para jornais e para meu blog e participando de programas de tevê cujo conteúdo tivesse a ver comigo e com meu trabalho. Fiz programa para o Canal Brasil, participei de debates no Futura, no Multishow, no GNT, na Band e na MTV. Quando Veja publicou a entrevista com a psicóloga homofóbica Rozângela (o nome dela é com z mesmo) Justino, fui o primeiro intelectual a contestá-la publicamente e minha resposta circulou por milhares de listas na internet. O problema é que a grande maioria só está interessada em entretenimento da Globo, e, deste, eu me afastei deliberadamente.

O título de ex-BBB ajudou o atrapalhou a sua campanha?

Em minha campanha, não houve qualquer referência ao BBB. É possível que algum candidato a estadual do partido que fez dobrada comigo tenha feito referência ao programa no material em que aparece comigo. Não sei de nenhum, mas é possível. Porém, eu, em minha campanha e em meu material, não fiz qualquer referência e proibi minha coordenadora de fazê-la.

Por que você não aceitou doações de pessoas jurídicas nem a ajuda de militantes pagos em sua campanha?

O PSOL não aceita doações de pessoas jurídicas por entender que esse tipo de doação pode ser o início da corrupção que vigora nos podres executivo e legislativo. Quem “doa “quer um retorno depois. Quanto a pagar militantes, além de eu ter feito uma campanha de pouquíssimos recursos (quase todos meus e de minha coordenadora), não faz qualquer sentido militante pago; militante milita por ideologia e não por dinheiro. Todos que se engajaram em minha campanha fizeram isso por acreditar em mim e na minha causa.

No segundo turno você apoiará Dilma ou Serra?

Vou acompanhar a decisão do partido já que o PSOL tinha candidato próprio no primeiro turno.

Em quem você votará para Presidente?

Vou acompanhar a decisão do partido.

Você entendeu como homofobia e/ou vai fazer algum ato de protesto ao pastor Silas Malafaia? O religioso espalhou 600 outdoors pelo Rio escritos: ‘Em favor da família e da preservação da espécie humana. Deus fez macho e fêmea.’

Sim, entendi como homofobia. E já iniciei o protesto. No Twitter e no Facebook levantei um debate entre meus seguidores e lhes apresentei dois textos meus em que argumento contra o fundamentalismo cristão e sua homofobia. Vi os outdoors quando ainda estava em campanha. Fiquei indignado, mas, naquele momento, não fiz nada porque tinha de priorizar a campanha; alem disso, fiquei esperando que as ONGs LGBTs, OAB, ABI, os intelectuais que estudam gênero e sexualidade, ou mesmo os biólogos darwinistas, os geneticistas e os especialistas em técnicas artificiais de reprodução humana e o Ministério Público se manifestassem. Não se manifestaram. Por quê? Não querem comprar briga com os fundamentalistas? É melhor comprar agora do que esperar para brigar quando eles tiverem transformado o Brasil numa nação cujo estado age em nome de dogmas religiosos. Então, resolvi fazer o que posso no momento.

O que fará após o segundo turno das eleições. Entrará em férias, para descansar do corpo a corpo da campanha eleitoral?

Talvez sim.

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Segue o link da entrevista: http://veja.abril.com.br/blog/eleicoes/veja-acompanha-eleicoes-2010/11699/