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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Nem precisa ler.

Por mais que digam ou até mesmo gritem, que forcem meu cérebro a reproduzir e se sentir bem com a verdade criada por poderosos, não aceito, não me rendo, minha face acostumada com o cheiro do chão podre de ruas mortas e cruéis não derrama mais lágrimas, mas meu corpo ainda sente inveja de quem sorrir ou sente nojo de mim, como posso ter um sonho? Como posso sonhar com fome e sede? Sou sujo, não tenho sapatos ou roupas limpas, minha educação é nula de nobreza. Meu sorriso é negro, meus olhos vermelhos não são por droga deve ser por algo que perdi quando nasci meu corpo magro não é por beleza, é por falta de Deus em minha vida e algo para por na boca. Desculpe minhas falhas no português, mas na minha existência não houve escola para símbolos em papel ou cálculos repetidos para fixar algo que nunca tocarei. Acho que você pode me denominar o lixo da sua rua, ou o menino que você tem medo quando passa por perto. Nem tenho um nome realmente, na minha lápide só haverá uma frase: Morto antes mesmo de nascer.
Vinicius Amaral

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